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O reconhecimento e validação dos créditos da mobilidade estudantil da UEFS: obstáculos e desafios

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A avaliação do êxito da mobilidade estudantil constitui uma questão relevante para a busca da qualidade do seu desenvolvimento e melhor alocação dos recursos financeiros implementados, aspectos determinantes para a sustentabilidade da internacionalização.

Nessa visão, o reconhecimento de créditos tem tido especial atenção da literatura internacional (ver, por exemplo, Campbell & Van der Wende, 2000; Van Damme, 2000; 2001; Teichler, 2003), principalmente no contexto europeu, tendo em vista o desenvolvimento da uniformização do ensino superior, e a criação de um espaço globalmente harmonizado no sentido da empregabilidade. Segundo Markevičienė & Račkauskas (2012), o sistema de transferência de créditos europeu (ECTS) foi criado para facilitar o reconhecimento acadêmico no Programa Erasmus, sendo baseado em sólidos princípios: (i) valorização dos estudos no exterior; (ii) conhecimento e confiança nas instituições parceiras; (iii) base voluntária para a sua introdução; e, (iv) pleno reconhecimento dos cursos concluídos no exterior por parte dos alunos em mobilidade. Para esses autores, o ECTS vem sendo grosseiramente atacado e mal utilizado devido à falta de compreensão dos seus princípios subjacentes. Embora este tema seja relevante no contexto brasileiro, em virtude dos obstáculos implícitos nas diferenças dos sistemas de ensino superior, verifica-se uma carência de estudos que discutam esta perspectiva.
Assim sendo, este trabalho pretende contribuir para a discussão sobre o reconhecimento de crédito versus o amplo aprendizado adquirido durante a mobilidade estudantil. Foram examinados o desempenho dos egressos dos programas de mobilidade em desenvolvimento na UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana, nomeadamente, o Programa de Bolsas Intercâmbio Institucional e o Programa Ciências sem Fronteiras (CSF), através da análise das seguintes variáveis: (i) o desempenho acadêmico do estudante; (ii) a validação/incorporação deste desempenho no histórico do aluno, e; (iii) o aprendizado informal, aquele não demonstrado no boletim de notas. Para o primeiro critério foram verificadas as disciplinas aprovadas constantes no boletim de notas. Para o segundo item foram examinadas as diversas formas de aproveitamento destes componentes curriculares incorporadas ao histórico acadêmico.

Na terceira variável foram analisados os depoimentos apresentados durante os eventos promovidos anualmente pela UEFS, no intuito de verificar a amplitude do crescimento pessoal (cultural, profissional) e sua interface com o desenvolvimento local/regional. Foram observados o desempenho profissional dos egressos da mobilidade após a conclusão do curso, em colocações acadêmicas (exames para ingresso em cursos de pós-graduação, seleções ou concursos para professores em universidades) e profissionais (ingresso em empresas de grande porte, aprovação em concursos).

Não obstante a UEFS dispor de normas gerais para o processo de mobilidade acadêmica, verificou-se que ainda há entraves para o completo aproveitamento das atividades desenvolvidas pelos discentes no exterior, causados, em grande parte, pelo desconhecimento dos sistemas de avaliação utilizados nas universidades de destino. Além disso, aspectos extra acadêmicos são, via de regra, desconsiderados nos procedimentos de avaliação de desempenho dos alunos que realizam intercâmbio. Espera-se que a apresentação deste trabalho possa contribuir para maior exposição deste tema, relevante para a consolidação da internacionalização das Instituições Brasileiras.


Referências


Campbell, C., & Van der Wende, M. (2000). International initiatives and trends in quality assurance for European higher education. Campbell, M. van der Wende. The European Network for Quality Assurance in Higher Education. Helsinki.
Markevičienė, R. & Račkauskas, A. (2012). ECTS – European credit transfer and accumulation system. History. implementation. In: Development of the concept of the european credit transfer and accumulation system (ECTS) at the national level: harmonisation of the credit and implementation of the learning outcomes based study programme design (NO. VP1- 2.2-ŠMM-08-V-01-001). Vilniaus Universitetas. Vilnius.

Van Damme, D. (2001). Quality issues in the internationalisation of higher education. Higher education, 41(4), 415-441.

Van Damme, D. (2000). Internationalization and quality assurance: towards worldwide accreditation%3F. European Journal for Education Law and Policy, 4(1), 1-20.

Teichler, U. (2003). Mutual recognition and credit transfer in Europe: Experiences and problems. Journal of Studies in International Education, 7(4), 312-341.

Author(s):

Rita Castro    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Eneida Soanne M C Oliveira    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Washington S Franca-Rocha    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Francisneide J Albano    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Rafaela O Silva    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Karla Maria L F B Barbosa    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Dioene C Nascimento    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

Giorgio T Pitombo    
Universidade Estadual de Feira de Santana
Brazil

 

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